terça-feira, 1 de maio de 2012

1958 - Explosão em Deodoro


1958 - Explosão em Deodoro
Jornal do brasil: Domingo, 3 de agosto de 1958
Uma série de explosões fizeram estremecer todo o subúrbio. Foram mais de 72 horas de explosões nos paióis do Depósito Central de Armamento e Munição do Exército, situado em Deodoro, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Projéteis foram lançados ao ar pelas explosões, entre balas de fuzis e granadas. O fogo atingiu inicialmente o paiol de infantaria. O vento levou o fogo para os paiós de petardos da infantaria, e finalmente incendiou a Granja do Exército, matando os animais ali criados.

Os deslocamentos de ar produzidos pelos repetidos estouros das granadas tiveram reflexos em muitos bairros, mesmo os mais distantes, como Leblon e Copacabana. No Grajaú e em Vila Isabel ocorreram rachaduras no reboco das paredes de diversas casas, e muitas vidraças foram quebradas.

Os 10 mil moradores do Conjunto Residencial da Casa Popular de Deodoro, que dá frente para os paióis de munições, saíram para as ruas com as roupas de dormir, por entre gritos de mulheres e choro de crianças. O objetivo era sair do perímetro de Deodoro.

Os bairros limítrofes a Deodoro tinham aspecto de cidades bombardeadas: paredes arrebentadas, vidraças estraçalhadas, telhados destruídos. Muitos destroços ficaram espalhados pela Avenida das Bandeiras.

O Depósito Central de Armamento e Munição era considerado o maior da América do Sul. Possuia 10 paióis e 60 depósitos de armamentos bélico.

Toda a área de Deodoro foi interditada, considerada que foi como praça de guerra. As residências e estradas foram patrulhadas por tropas da Polícia, armadas de metralhadoras. Foi estabelecido um cordão de isolamento que não deixava passar viaturas ou pedestres.


Um campo de batalha sem inimigo

Jornal do brasil: Domingo, 3 de agosto de 1958
Apesar da dramaticidade das explosões, as poucas mortes registradas resultaram das fortes emoções em pessoas cardíacas. A Central do Brasil ficou às escuras e os trens imobilizados, devido à falta da energia elétrica. Apesar de um guarda noturno afirmar ter visto um avião sobrevoar baixinho os paiós no dia do incidente, nada foi confirmado. O Presidente da República, Juscelino Kubitschek partiu para Deodoro pela madrugada, tão logo teve conhecimento das explosões. Lamentou os prejuízos e determinou que fossem adotadas as medidas necessárias, retirando-se depois de duas horas de permanência.

19 comentários:

  1. Caramba,

    Estava comentando hoje sobre esse fato. Não sabia que já tinha sido há tanto tempo, só me lembro das pessoas correndo apavoradas pelas ruas, com seus filhos nos braços ou pelas mãos e a minha família dando abrigo. #Lembrançainesquecível

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  2. http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=9493

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  3. Eu era garoto na época e morava com minha família no Bairro de Marechal Hermes próximo a Deodoro, pois meu Pai era Militar.
    Tivemmos que abandonar a Casa e nos refugiar na Casa da Minha Avó no Engenho de Dentro.
    Na Verdade foram duas Explosões, essa primeira à noite, e uma segunda algum tempo depois, mas durante uma tarde. Lembro que foram Cenas Dantescas dos Estrondos e Clarões, que além de fazer estremecer o solo, o deslocamento de ar provocava a quebra de vidraças e o Céu ficava de coloração avermelhada em razão das enormes labaredas que subiam a grandes altitudes no local. Viam-se os estilhaços das Bombas de Alto Poder ditas 305(?) voando sobre as áreas próximias. A atual queima de fogos do Reveillon de Copacabana é brinquedinho de criança, se comparada aos horrores da intensidade e do volume de fogo, fumaça e estilhaços incandescentes que eram arremeçados a grandes altitudes. Em resumo: O "Próprio Inferno de Dante", diante de nosso olhos indefesos e atônitos. Uma Multidão de Moradores Apavarodos, Desorientados sobre os acontecimentos, corria pelas ruas se afastando do local, como se fossem "Retirantes de Uma Guerra Repentina", no meio da Inesquecível Noite e Madrugada. Lembro-me que somente pela manhã(07:00h adentramos à Casa da Minha Avó que nada sabia e apavorada ficou com nossos relatos). Para quem quiser mais relatos pessoais, sugiro que consulte o Site/Blog do JB, onde encontrarão centena deles! http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=9493 Meu e-mail é paulovienas@gmail.com

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    1. Lembro-me bem. Morava na Rua Iatu, tinha seis anos.
      Essa rua é a que circunda a linha férrea que entra pelo muquiço adentro.
      Terrível
      na lembrança que fez escrever um livro. PAIOL.
      Ainda não o lancei no Rio. Quem sabe para o ano.

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    2. Exato, houve outra explosão a tarde e também fui testemunha.

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  4. hoje eu sou 3°sargento da brigada paraquedista e estou fazendo a desminagem dessa localidade.
    pois depois de 50 anos aconteceu um acidente com um aluno da esslog que acabou falecendo.
    ele acendeu uma fugueira para esquentar seu alimento, mas por puro azar foi exatamente em cima de uma munição de morteiro 81. antes mesmo desse fato acontecer o exercito, não sei com que direito vendeu essa área para o governo fazer um autódromo. e não poderia deixar essa área assim.

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  5. Eu morava em Sulacap..de madrugada..acordamos com as vidraças se quebrando...corremos e subimos um morro muito alto..ali ficamos até o som acabar..Foi muito triste

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    1. Eu também, só tinha 1 ano de idade e estava com meu pai e meu tio no meio da Pça H.

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    2. O senhor, por acaso, guardou essa matéria?

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  6. O Armahda entrevistou um militar que viveu a tragédia das explosões dos paióis de Deodoro em 1958, no Rio de Janeiro, tema da música Paiol em Chamas.
    Os paióis de Deodoro representavam o maior depósito de munições da América do Sul.
    Coronel Renato Guimarães, da cavalaria, explicou como foram as ações de emergência tomadas, descreveu o momento em que subiu em uma caixa d´água de mais de 10 metros para observar qual dos paióis estava explodindo e como a onda de choque quase o derrubou e, além disso, explica os feitos do herói militar Odilton Medrado Castello Branco, que inundou os demais paióis para não explodirem.

    Paiol em Chamas (lyric-video): https://www.youtube.com/watch?v=wMrl7...
    https://www.youtube.com/watch?v=b1-ToL68Qlc

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  7. Meus pais e rios contam o quanto foi assustadora essa noite. Meu avo paterno havia trabalhado no Paiol e tirou toda a família de casa em Bento Ribeiro seguindo pela linha férrea ate a igreja de Sao Benedito em Pilares.

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  8. Minha família, da parte do meu pai morava em Marechal Hermes e da parte da minha mãe morava em Bento Ribeiro, na época deste terrível acidente com o paiol de Deodoro. Eu só vim tomar conhecimento depois de adulto porque minha tia, irmã caçula da minha mãe, me contou os momentos aterrorizantes que todos passaram. Na ocasião foi informado que a explosão poderia resultar em desastres de graves proporções, isto é, toda aquela área iria pelos ares até o subúrbio do Engenho de Dentro. Segundo relatos do autor deste blog, ele revela que o estrondo desta explosão era ouvido em bairros mais distantes como Copacabana e Leblon. Mal comparando este acidente foi quase igual a violenta erupção do vulcão Krakatoa, situado na Ilha de Java, Indonésia. Segunda a história da terrível erupção daquele vulcão, era possível ouvir seus aterrorizantes ruídos em Londres, capital da Inglaterra. Ainda bem que a explosão do paiol de Deodoro não dizimou vidas como a erupção violenta do vulcão Krakatoa. Deus nos protegeu da explosão do referido paiol. Quando esta explosão ocorreu, faltavam sete anos para eu nascer.

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  9. Nesta epoca eu com 9 anos morava no bloco 3 em frente a Av.Brasil e visualizava da janela o Paiol.
    Fugimos inicialmente para a igreja, e posteriormente toda a família com 11 pessoas no total conseguimos pegar um ônibus que nos conduziu para Mesquita, casa dos avós materno.
    Uma madrugada que jamais sairá do pensamento.
    Testemunha viva deste episódio e de outro acontecido neste mesmo Paiol em outra oportunidade.
    Obrigado.
    Gilson Passos (Facebook)

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  10. Eu tinha 5 anos incompletos e morava em Anchieta. Me lembro que acordamos com o barulho das explosões . Ao sair para fora de casa me lembro de ter visto um clarão terrível no céu e a avenida onde morava cheia de gente fugindo e chorando. Fiquei tão impressionado e assustado que cheguei a vomitar . Em seguida fugimos para a casa de meus avós. Era um cenario apocaliptico.Tempos depois veio a segunda explosão que foi a tarde.

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  11. Acabei de ouvir essa história. Meu pai tinha 12 anos na época e morava em Marechal Hermes Herme. Conforme o relato dele foi uma noite de terro.

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  12. Estou conversando sobre esse assunto ela tinha na época 9 anos. Estou impressionado com esse assunto meu Deus que triste.

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  13. Eu já morava em Nova Iguaçu e tinha 7 anos.Foi terrível e muitas coisas deixaram de ser noticiadas! Foi uma verdadeira caça ao tesouro para certos oportunistas que se aproveitam das desgraças alheias e que não foram divulgadas!

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  14. Eu tinha 8 anos e nós corremos para campo grande buscar ajuda

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  15. Essa matéria http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=9493 saiu do ar. Alguém por acaso fotografou, baixou, guardou. Agradeço imensamente, pois também sou de uma família que viveu tudo isso

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